Se estivesse vivo, Antonio Candeia completária hoje 76 anos, dono de uma personalidade forte, intempestuoso, partideiro de primeira, gênio do samba destinado a fazer historia no Brasil. Conta-se que, ao esbofetear uma prostituta no ano de 1965, ela rogou-lhe uma praga; na noite seguinte, após bater em um caminhão de peixe e atirar nos pneus do caminhão, Candeia levou cinco tiros, entre eles um atingiu a medula óssea e paralisou para sempre suas pernas. Viveu os seus últimos treze anos de vida numa cadeira de rodas, em decorrência daquele tiro. Candeia se aposentou por invalidez ainda como policial militar no Rj e após o acidente pôde, então, se dedicar exclusivamente à música.
Sua vida e obra se transformaram completamente desde então, em sambas como Pintura sem Arte, Peso dos Anos, Anjo Moreno e Eterna Paz sentimos o seu doloroso e sereno diálogo com a deficiência e com a morte pressentida durante esse tempo. Candeia recolheu-se em sua casa; não recebia praticamente ninguém. Foi um custo para os amigos como Martinho da Vila e Bibi Ferreira trazerem-no de volta. De qualquer maneira, meu amor, eu canto, diria ele depois num dos versos que marcaram seu reencontro com a vida.
No ano de 75, Candeia compôs seu Testamento de Partideiro: Quem rezar por mim que o faça sambando. Era também lançado o LP Claridade, da cantora Clara Nunes, que se tornou recorde de vendagem, e cujo maior sucesso era a trilha de O Mar Serenou, de Candeia.
Apreciem a Discografia:
Download
Nenhum comentário:
Postar um comentário