Na ansiedade de criação ele era capaz de por música, versejar qualquer coisa que passe em seu caminho. Estava assistindo um programa na tv fechada quando surgiu este personagem, e fiquei pasmado como se assemelha aos sambistas antigos.
...Meus terno branco parece casca de alho, foi a deixa de um cadáver no acidente de trabalho. narrando o sofrimento continua dizendo: ...a minha cama é um pedaço de esteira, e uma lata velha me serve de cadeira”.
Em 1931 vem Noel Rosa com seu samba, Com que roupa ...já estou coberto de farrapo, meu paletó virou estopa”. E sem choramingar dizia: Vou acabar ficando nu... Nessa miséria seria impossível ir ao samba que estava sendo convidado, imagina se noel estivesse entre a gente hoje? Nessa crise mundial não iria mesmo a lapa!
A sagacidade e sensibilidade do caricatural Zé tamborim com a sua fala repetitiva: “isto dá samba!” ficou provado sem esforços com os nossos dois camaradas ai em cima. Afinca mais argumentos ao lembrarmos o saudoso Zé Keti, quando ele diz: ...Com o violão debaixo do braço se houver motivos é mais um samba que eu faço...
A grande verdade, é que para o verdadeiro sambista, aquele que é inteligente, fluente, tudo, tudo mesmo dá samba. Até miséria! O dormir numa folha de jornal, o terno branco parecendo casca de alho, o paletó virando estopa, tudo dá Samba!
Martinho da vila: Cabide de Mulambo, Gilberto Gil: Com que Roupa e Luiz melodia: Diz que eu fui por ai.
Fonte de pesquisa: O globo 03/12/1977 e o livro Figuras e coisas da música popular brasileira vol ll
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