Era verão, e lá estava eu, ansioso na noite que apenas iniciou ao badalar das 22h, eu e meu melhor amigo estávamos com o coração palpitante, quase que envolvidos numa arritmia cardíaca de tanto querer se embrenhar naquela “Xangai Carioca”.
Lá pelas 2h e tal já com muita cerveja na cabeça e um cheiro gostoso de arruda no ar, ouvi o gordinho no seu violão 7 cordas aquela melodia e como mágica entendia apenas o refrão e nada mais:
”Quando eu morrer me enterrem numa latinha, quando eu morrer me enterrem numa latinha...”, Achando aquilo estranho, porém não assustado, pois do samba tudo pode vir, gostei e comecei a cantarolar sem parar, e com o meu jeito pseudo-Ney Lopes, como fui bem definido hoje, não tirei mais aquele refrão da mente e a segunda e terceira parte nunca mais lembrará até então.
Baden Powel e Paulo César Pinheiro |
Certo dia com o entusiasmo de sambista fui procurar a música, e nada de acha-la! O dom naturalmente sempre me faltou e não tive tanto êxito com o amigo que toca violão, em fazê-lo lembrar no seu pinho as melodias.
Por um acaso, vendo tv assisti um programa que passou um breve trecho de um vídeo onde Elis Regina no festival da Record 1968 defendia o samba que foi composto pelo mestre Paulo César Pinheiro e com Melodia de Baden Powel. Aquilo me deixou maravilhado! Por um acaso consegui achar a música que ouvi na lapa a 1 ano e meio atrás!
Resumindo a Historia, esse samba foi composto por Paulo César pinheiro aos 14 anos de idade, seu amigo Baden Powel levou essa letra no meio dos “bambas” da Bossa nova, Vinicius e Tom Jobim e em pouco tempo sua letra foi defendida por Elis Regina no festival da Record em 1968, e foi campeão!
Esse Samba se chama Lapinha, Olha a letra!
Lapinha
Elis Regina
Composição: Baden Powell / Paulo César Pinheiro
Quando eu morrer me enterre na Lapinha,
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Calça-culote, paletó-almofadinha
Calça-culote, paletó-almofadinha
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Calça-culote, paletó-almofadinha
Calça-culote, paletó-almofadinha
Vai, meu lamento, vai contar
Toda tristeza de viver
Ai, a verdade sempre trai
E às vezes traz
Um mal a mais
Ai, só me fez dilacerar
Ver tanta gente se entregar
Mas não me conformei
Indo contra lei
Sei que não me arrependi
Tenho um pedido só
Último talvez, antes de partir:
Ai, só me fez dilacerar
Ver tanta gente se entregar
Mas não me conformei
Indo contra lei
Sei que não me arrependi
Tenho um pedido só
Último talvez, antes de partir:
-Quando eu morrer me enterre na Lapinha,
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Calça-culote, paletó-almofadinha
Calça-culote, paletó-almofadinha
Sai minha mágoa
Sai de mim
Há tanto coração ruim
Ai, é tão desesperador
O amor perder do desamor
Ai, tanto erro eu vi- lutei
E como perdedor, gritei
Que eu sou um homem só
Sem saber mudar
Nunca mais vou lastimar
Tenho um pedido só
Último talvez,
Antes de partir
-Quando eu morrer me enterre na Lapinha,
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Calça-culote, paletó-almofadinha
Calça-culote, paletó-almofadinha
-Quando eu morrer me enterre na Lapinha,
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Calça-culote, paletó-almofadinha
Calça-culote, paletó-almofadinha
Adeus Bahia, zum-zum-zum
Cordão de ouro
Eu vou partir porque mataram meu besouro
zum-zum-zum é Besouro
zum-zum-zum Cordão de Ouro
Nenhum comentário:
Postar um comentário